Por: Daniel Costa
Alter do Chão é palco mais uma vez da maior e mais antiga
manifestação folclórica da Amazônia, a festa do Çairé,
realizada a séculos na aldeia Borari como um rito de agradecimento
aos deuses, mas com a chegada dos colonizadores na Amazônia passa a
ser um rito de devoção a santíssima trindade, que é representada
pelas quatro cruzes no principal símbolo da festa, o símbolo do
Çairé, que é um semicírculo recoberto de fitas e adornos, que
nas simbologias do Çairé representa a passagem bíblica do diluvio.
Essa manifestação de fé, na década de 90, recebe um lado profano
que é a disputa dos botos: Tucuxi, que nesse ano de 2017 trouxe para
o lago dos botos o tema ''A expressão do Çairé'', sua apresentação
levou para a arena uma verdadeira ''aula'' sobre o Çairé,
contaram a história do Çairé pré-jesuítico e pós-jesuítico,
mostrando toda a composição religiosa da festa e também seu lado
profano, e claro o que não pode faltar: a demostração da mais
genuína lenda da Amazônia a sedução do boto.
Já o boto Cor de Rosa defendeu o tema Arte do Som, seu tema veio
falar da arte dos cantos dos pássaros, do som das encantarias do
fundo do Lago Verde, do leve assovio do boto e dos demais sons da
natureza e como diz uma das suas musicas: “o som de tudo que se
mistura na minha voz nessa harmonia”, enfim o som da vida.
Este é um breve resumo do Çairé 2017, e na disputa dos botos o
grande campeão foi a agremiação boto Tucuxi, com apenas um ponto
de diferença o boto Cor de Rosa ficou em segundo lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário