segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Çairé 2017: Encanto e Sedução


Por: Daniel Costa

Alter do Chão é palco mais uma vez da maior e mais antiga manifestação folclórica da Amazônia, a festa do Çairé, realizada a séculos na aldeia Borari como um rito de agradecimento aos deuses, mas com a chegada dos colonizadores na Amazônia passa a ser um rito de devoção a santíssima trindade, que é representada pelas quatro cruzes no principal símbolo da festa, o símbolo do Çairé, que é um semicírculo recoberto de fitas e adornos, que nas simbologias do Çairé representa a passagem bíblica do diluvio.
Essa manifestação de fé, na década de 90, recebe um lado profano que é a disputa dos botos: Tucuxi, que nesse ano de 2017 trouxe para o lago dos botos o tema ''A expressão do Çairé'', sua apresentação levou para a arena uma verdadeira ''aula'' sobre o Çairé, contaram a história do Çairé pré-jesuítico e pós-jesuítico, mostrando toda a composição religiosa da festa e também seu lado profano, e claro o que não pode faltar: a demostração da mais genuína lenda da Amazônia a sedução do boto.
Já o boto Cor de Rosa defendeu o tema Arte do Som, seu tema veio falar da arte dos cantos dos pássaros, do som das encantarias do fundo do Lago Verde, do leve assovio do boto e dos demais sons da natureza e como diz uma das suas musicas: “o som de tudo que se mistura na minha voz nessa harmonia”, enfim o som da vida.
Este é um breve resumo do Çairé 2017, e na disputa dos botos o grande campeão foi a agremiação boto Tucuxi, com apenas um ponto de diferença o boto Cor de Rosa ficou em segundo lugar.

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